segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


O TRAIDOR


Com uma história original criada pelo ator e diretor Steve Martin, o suspense "O traidor", estréia na direção de Jeffrey Nachmanoff, reserva algumas surpresas. A maior delas, criar um protagonista bem mais ambíguo do que a média, Samir Horn (Don Cheadle, indicado para o Oscar por "Hotel Rwanda").
O maior desafio deste suspense, que entra em circuito nacional na sexta-feira (14), é procurar saber exatamente o que se passa na cabeça deste homem misterioso. Nascido no Sudão, ainda criança Samir viu seu pai morrer num atentado a bomba.
Muçulmano devoto, depois de viver vários anos nos Estados Unidos, tornou-se oficial de operações especiais. Aparentemente, passou para o lado dos militantes ultra-radicais muçulmanos, transformando-se num criminoso caçado pelo FBI.
Preso quando tentava vender armas a extremistas no Iêmen, Samir tem um rápido encontro com aquele que, de agora em diante, tentará decifrá-lo, o agente do FBI Roy Clayton (Guy Pearce, de "Atos que desafiam a morte").
Contrário aos métodos violentos do colega Archer (Neal McDonough), Clayton percebe que Horn domina informações importantes e gostaria de ganhá-lo para o seu lado. Quando isto falha, vai sobrar perigo, inclusive para os EUA.
Na prisão, Horn aproximou-se de Omar (o francês Said Taghmanaoui, de "O caçador de pipas"), líder de um grupo radical islâmico. Ganhando a custo sua confiança, Horn torna-se peça fundamental dentro dos planos de diversos atentados, usando homens-bomba, inclusive nos EUA.
O comportamento de Horn, porém, deixa margem a algumas dúvidas. Não se consegue perceber muito bem o tipo de ligação que mantém com Carter (Jeff Daniels, de "A Lula e a Baleia"), um veterano da CIA que não gosta de compartilhar informações com o FBI Clayton.
A maior novidade de "O traidor" é aproximar-se do ponto de vista de terroristas com bastante realismo. Com isso, consegue ser mais fiel à complicada situação política internacional do que a maioria dos filmes do mesmo gênero.

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