terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Uma nova Capitu


Hoje assisti ao primeiro episódio da série global Capitu, confesso que me surpreendeu, achei que seria a mesma coisa da micro-série A Pedra do Reino que foi por falta de outra palavra mais adequada: um tédio. Antes que os defensores da obra de Ariano venham me jogar pedras, faço a minha defesa: eu não li a obra literária, e por esta razão não posso critica - lá, mas vi a sua versão televisiva e devo dizer que o diretor “carregou” muito nas tintas. Quando assisti ao primeiro episódio fiquei tonta com os cortes bruscos, e a linguagem de teatro, isto sem falar no texto que de tão rebuscado dava nós na língua.
Mas, com Capitu o mesmo não acontece, mesmo o diretor, Fernando Carvalho optando por manter o texto original de Machado, que diga-se de passagem eu li e considero moderno até para os dias de hoje, a série não sofre de ritmo lento ou acelerado demais.
O pulo do gato foi a direção ter escolhido inserir os personagens da obra em uma cidade atual com prédios e metrôs, e contar com uma trilha sonora pop que vai de Black Sabbath a música clássica.
Ao longo da série os personagens vão sendo delineados, e temos uma grata surpresa ao perceber que ela é dividida em capítulos como em um livro, e no jogo de cena o pano desce e sobe como em um teatro.
A primeira impressão nem sempre é a mais justa, mas a que a micro-série Capitu deixa é a de que estamos resgatando a obra de um importante autor brasileiro para os jovens que hoje não lêem mais, navegam, através de um veículo que hoje lhes é mais caro do que o bom e velho livro.